Capital da onipresente China - esse país superlativo que, a cada ano, desafia e surpreende as expectativas do restante do mundo - Beijing (“Capital do Norte”, em mandarim) é certamente a cidade que melhor representa, aos olhos do estrangeiro, o caleidoscópio político, econômico e cultural chinês.
Diferentemente da exuberante Shanghai - com seus prédios históricos e arranha-céus luminosos que misturam Londres, Nova Iorque e Las Vegas - e das cidades industriais da província de Guangdong (Cantão), Beijing ostenta não só a modernidade ocidentalizada, mas também a tradição, o poder e a história desse povo singular, cuja civilização remonta à Idade do Bronze.
Para aqueles, como eu, cuja idade (melhor dizendo, experiência...) permite lembranças que retrocedem a algumas décadas, a palavra “Beijing” carrega imagens díspares: desfiles militares no 1º de Maio e multidões erguendo em suas mãos o Livro Vermelho de Mao vêm à mente junto com o espetáculo coreográfico da abertura das Olimpíadas de 2008. O mar de bicicletas guiadas por chineses em idênticas roupas de brim se mescla com o moderno trem-bala carregando executivos de terno e jovens em calças jeans.
O que aconteceu nesses últimos 50 anos? Centenas de livros ainda tentam explicar como os grandes pôsteres manuscritos (“dazibaos”) foram substituídos pelos smartphones. E por que os Livros Vermelhos agora repousam sobre as bancas de camelôs ao lado de quinquilharias de $ 1,99. A China desconfiada e temerosa de tudo o que estava além de suas fronteiras, passou a acolher, reproduzir e desenvolver idéias e ideais estrangeiros.
A Grande Muralha convive, hoje, com o Ninho de Pássaro.
Ainda assim, é a Praça da Paz Celestial (Tiān Ān Mén Guǎng Chǎng) e seu entorno que contêm, na minha modesta opinião, a essência de Beijing. Esse grande retângulo de cimento, equivalente a cerca de 60 campos de futebol, foi palco de manifestações históricas e lutas sangrentas. Aqui, o governo e o povo estiveram juntos diversas vezes, nem sempre, entretanto, do mesmo lado.
Hoje, a imensa praça abriga uma multidão de turistas - a maior parte, chineses dos mais variados recantos deste que é o 3º maior país do mundo em extensão geográfica. Dali podem ver, ao norte, a Cidade Proibida, sede do poder imperial durante quase 500 anos. Ao sul, o Memorial de Mao Zedong, talvez o último chinês cujo poder rivalizou com o dos antigos imperadores. A leste, o Museu Nacional da China e, a oeste, o Grande Salão do Povo, sede do Parlamento chinês.
Alguns dias serão necessários para o turista que queira conhecer todos esses locais. Vários anos podem não ser suficientes para compreender tudo o que já se passou ali e seu significado para a China e o mundo. E, enquanto o mundo tenta entender a China, a China segue se transformando.
Que resultado terá essa extraordinária dialética entre história e modernidade, tradição e mudança, comunismo e capitalismo, Oriente e Ocidente? Dizem que, certa vez, perguntaram a Zhou Enlai, grande político chinês e contemporâneo de Mao, que opinião tinha da Revolução Francesa. “É muito cedo para dizer”, teria respondido. Os chineses não têm pressa: para eles, o futuro está apenas começando.
Escritórios virtuais em Beijing
A China tem seu modo particular de fazer negócios. Em lugar de reuniões no escritório, grandes jantares são a opção preferencial. Nestes, os convivas se sentam ao redor de mesas circulares, cujos assentos são cuidadosamente dispostos conforme a importância dos participantes. Logo em seguida, começam os gānbēi (brindes) com báijiǔ (aguardente) - se o convidado é especial, é provável que seja servida Moutai, considerada a melhor báijiǔ e dotada de um generoso (53%) percentual de álcool.
Assim, o que começa com seriedade e formalidade, logo se transforma em alegre celebração e, não raro, termina em mútua confiança e negócio fechado, pois os chineses parecem concordar com o velho adágio latino “in vino veritas”.
Isso não quer dizer que não se faça, em Beijing, negócios à moda ocidental. Não muito distante da Praça da Paz Celestial, o China Resources Building, da rede asiática de escritórios virtuais The Executive Center, oferece as facilidades já conhecidas dos clientes de escritórios virtuais, como endereço corporativo, salas mobiliadas para trabalho e reuniões, infraestrutura de telefonia, internet e café - ou seria chá?
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Escritórios Virtuais ao redor do mundo (1): Londres
Escritórios Virtuais ao redor do mundo (2): Estocolmo
Escritórios Virtuais ao redor do mundo (3): Orlando
Escritórios Virtuais ao redor do mundo (4): Paris