sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Dívida Externa: fim da história?

Notícia do Jornal O Globo de hoje (22/02/08), primeira página:

Conforme apontava a evolução recente das reservas cambiais e do estoque de obrigações em dólar, o Brasil atingiu finalmente o “break-even point” da Dívida Externa.

Esta é uma daquelas notícias que muitos brasileiros jamais imaginaram que leriam algum dia. Todos nós crescemos ouvindo sobre a “dívida externa impagável” que mantinha o país sob o jugo do capitalismo internacional.

A dívida externa começou com a criação do próprio país. Como Portugal pagava aos britânicos por proteção militar nas colônias, o Brasil viu-se forçado a assumir essa dívida para garantir o apoio inglês à Independência. A dívida aumentaria com os empréstimos pedidos por D. Pedro II para financiar a Guerra do Paraguai.

Já na República e após as Grandes Guerras Mundiais, cresce a influência norte-americana, que se torna o grande financiador dos países em desenvolvimento.

Na década de 1970 havia crédito barato e abundante em dólares norte-americanos. Esse dinheiro foi usado por países da América Latina para financiar investimentos e importações. No Brasil, essa foi a época das grandes obras do Regime Militar, como a Ponte Rio-Niterói, a Transamazônica e a Usina de Itaipu.

Com a crise do petróleo (item importado por quase todos os países da América Latina) e a elevação dos juros nos EUA, se estabelece uma crise sem precedentes, que culmina com a moratória do México e de outras nações da região, Brasil entre elas.

Assim foi a década de 1980 – a Década Perdida – marcada por acordos com o FMI, o qual financiava a rolagem da dívida dos países com a condição de que cumprissem um receituário de medidas econômicas que frearam o crescimento do continente por vários anos.

A partir do século XXI, o surto de crescimento mundial (especialmente da China) fez subir o valor das commodities (item relevante nas exportações dos países em desenvolvimento) tornando positiva sua balança comercial. Combinada com a gestão competente de seu Banco Central, o Brasil chega hoje à situação inédita de credor em dólares.

Com esta notícia, tem-se como favas contadas a esperada classificação do país para investment grade, o que pode marcar o início de um forte ciclo de crescimento.

Será este o capítulo final desta longa história?

Um comentário:

Anônimo disse...

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